39. Os Imperdoáveis (Clint Eastwood, 1992)

“É uma coisa horrível matar um homem. Você tira tudo que ele tem e tudo que ele poderia ter.” William Munny sabe disso, mas não hesita em promover sozinho um massacre para livrar a cidadezinha de Big Whiskey, Wyoming, da violência. Esse paradoxo acompanha o filme inteiro. A história se passa em 1880, mas tem uma aura de fábula atemporal. O diretor consegue fazer com que o público perceba os acontecimentos como se deslocados do espaço-tempo, e entenda o filme como um comentário sobre a violência nos nossos dias. Os personagens são ambíguos: ninguém é inteiramente bom ou mau, mas todos têm alguma relação com a violência, pelo simples fato de que não tem como escapar dela. Na primeira cena, um cowboy corta o rosto de uma prostituta com uma faca. Na última, William Munny promove o inferno. Violência gera violência. O filme termina, mas isso não tem fim.
2 Comments:
O fato de não deixar claro quem é mocinho ou bandido é algo que coloca esse filme acima dos westerns tradicionais.
A cena em que ele bebe uísque no bico da garrafa antes de matar todo mundo é genial.
E na minha opinião duas das grandes frases do cinema estão aqui:
" Ja matei bicho, mulher e criança, ja matei praticamente tudo que voa anda e rasteja, e hoje eu vim a qui pra matar você."
"Tive sorte na ordem, eu sempre tive sorte pra matar gente"
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