Tuesday, June 06, 2006

Três parágrafos.

Uma das coisas que eu mais gostava de ler quando tinha uns 11 anos era A Espada Selvagem de Conan, aquela clássica HQ em preto-e-branco. Principalmente as histórias roteirizadas pelo Roy Thomas e ilustradas pelo mestre John Buscema. Muita luta, cabeças decepadas e peitos de fora (inclusive os das mulheres). E desde aquela época eu tinha uma baita curiosidade de ler as histórias originais do criador do Conan, o texano Robert E. Howard. Imagina então a minha felicidade ao encontrar o primeiro volume da edição completa desse clássico da literatura pulp (sim, amiguinhos, Conan não é um personagem de quadrinhos originalmente). E valeu a pena: Conan, O Cimério fascina pela imaginação pré-Tolkien de Howard (que morreu aos 30 anos de idade, mas teve tempo de fazer fãs da estirpe de H.P. Lovecraft). Ainda mais se você for comparar o Texas dos anos 30 com a Era Hiboriana. Fora isso, é muito bem escrito, com alguma erudição e interessantes reflexões sobre o tema civilização x barbárie (Howard acreditava que o ser humano é bárbaro por natureza e que a dita civilização não passa de ilusão). Vai contra tudo que eu sempre acreditei, e até por isso a leitura se torna ainda mais válida. Por Crom!

Outra coisa que me fez rever os meus conceitos recentemente foi o filme Ensina-me a Viver, aquele clássico de 1971 sobre o relacionamento entre um jovem com tendências suicidas e uma velhotinha cheia de vida. Além de inteligente, divertido e inovador para a época, o filme tem uma cena em especial que me fez pensar muito: a que coloca a psicanálise no mesmo saco com o militarismo e a religião. Eu que sempre defendi a lógica radical do Fróide comecei a questionar se a psicanálise não é apenas mais uma doutrina que tenta levar a humanidade pra uma determinada direção, sem respeitar o que talvez o ser humano tenha de mais importante: a individualidade. Veja o filme, nem que seja pra curtir as musiquinhas datadas, mas fofinhas, do Cat Stevens.

E ontem, depois de dar uma boa cochilada “assistindo” o cada vez mais chato Lost, fiquei bem acordado pra mais um episódio genial de 24 Horas, com uma revelação final que me deixou cinco minutos de boca aberta e sem reação na frente da TV. Chega, próxima segunda-feira.