Monday, January 29, 2007

35. Kill Bill: Vol. 1 (Quentin Tarantino, 2003)


Um antigo provérbio klingon diz que a vingança é um prato que se come frio. Mas isso não justifica o tempo que Kill Bill demorou pra estrear no Brasil. Ainda bem que existe Buenos Aires e eu pude assistir ao filme com apenas dois meses de atraso em relação à estréia americana. Foi de tarde, num cinema meio vazio na Recoleta, que eu vi a primeira parte da vingança da Noiva contra os ex-colegas do Deadly Viper Assassination Squad, e seu líder, David Carradine, o Kane de Kung Fu, também conhecido como Bill. A cena do massacre na Casa das Folhas Azuis, onde Uma Thurman usa um par de tênis Asics amarelo pra combinar com a roupa usada por Bruce Lee em Jogo da Morte, faz respingar sangue no pessoal das primeiras filas. E a luta final contra O-ren Ishii ao som de Please Don’t Let Me Be Misunderstood, do Santa Esmeralda, não deixa dúvidas: era mesmo uma Hattori Hanzo.

Friday, January 12, 2007

36. Fargo (Joel Coen, 1996)


“Aqui está você. E está um lindo dia. Bem, eu simplesmente não entendo.” É o que a policial Marge Gunderson diz para o seqüestrador que ela acabou de prender. Para Marge, não faz sentido as pessoas jogarem a vida fora por ambição. Ela não troca por nada acordar todos os dias ao lado do marido Norm, gordo, careca e simplório, cuja maior ambição é ter uma pintura estampada em selos do correio. Afinal, Norm prepara ovos para ela no café da manhã. Essa defesa da vida ordinária, presente em outros filmes dos irmãos Coen, é o que faz de Fargo uma obra que vai muito além da tradicional história policial de crime e castigo. Os Coen não escondem a sua simpatia pelos americanos simples, que só querem viver sem incomodar ninguém. Enquanto alguns personagens falam de seqüestros, resgate e dinheiro, outros falam sobre o tempo. E como faz frio em Minnesota...