Monday, June 12, 2006

Copa do Mundo (ou a desculpa perfeita pra escrever menos).

Quando tem Copa do Mundo fica difícil encontrar outro assunto. Tudo se torna secundário. A gente tem até a impressão de que os filmes em cartaz se tornaram instantaneamente desinteressantes. Ainda mais quando tem grana em jogo. O bolão da agência mudou toda a rotina de trabalho. Às 10, às 13 e às 16hs todo mundo pára o que tá fazendo pra torcer, secar e vibrar com grandes clássicos do futebol mundial, como Zâmbia x Tegucigalpa. Até a pauta deu uma aliviada. Afinal, toda empresa que se preza tem o seu bolão, e o pessoal do marketing dos clientes não vai perder tempo inventando trabalho pra agência enquanto times como Coréia e Togo estão na TV, dando belos exemplos do que é um futebol bem jogado. Por sinal, esse texto apressado tá sendo escrito no tempinho que sobrou entre República Checa x Estados Unidos e Itália x Gana. Na real, todo esse papinho sobre Copa é pra dizer que durante esse período o meu blog vai ser atualizado com menos freqüência. Mas não se preocupe. Aprendi a colocar links pra outros blogs, e agora você também pode se divertir e se emocionar com o Leo Prestes, o Fabiano Goldoni e a Marina Speranza. Agora vamos todos juntos fazer aquela corrente pra frente e torcer como nunca: eu tenho que ganhar aqueles R$ 1000 do bolão.

Tuesday, June 06, 2006

Três parágrafos.

Uma das coisas que eu mais gostava de ler quando tinha uns 11 anos era A Espada Selvagem de Conan, aquela clássica HQ em preto-e-branco. Principalmente as histórias roteirizadas pelo Roy Thomas e ilustradas pelo mestre John Buscema. Muita luta, cabeças decepadas e peitos de fora (inclusive os das mulheres). E desde aquela época eu tinha uma baita curiosidade de ler as histórias originais do criador do Conan, o texano Robert E. Howard. Imagina então a minha felicidade ao encontrar o primeiro volume da edição completa desse clássico da literatura pulp (sim, amiguinhos, Conan não é um personagem de quadrinhos originalmente). E valeu a pena: Conan, O Cimério fascina pela imaginação pré-Tolkien de Howard (que morreu aos 30 anos de idade, mas teve tempo de fazer fãs da estirpe de H.P. Lovecraft). Ainda mais se você for comparar o Texas dos anos 30 com a Era Hiboriana. Fora isso, é muito bem escrito, com alguma erudição e interessantes reflexões sobre o tema civilização x barbárie (Howard acreditava que o ser humano é bárbaro por natureza e que a dita civilização não passa de ilusão). Vai contra tudo que eu sempre acreditei, e até por isso a leitura se torna ainda mais válida. Por Crom!

Outra coisa que me fez rever os meus conceitos recentemente foi o filme Ensina-me a Viver, aquele clássico de 1971 sobre o relacionamento entre um jovem com tendências suicidas e uma velhotinha cheia de vida. Além de inteligente, divertido e inovador para a época, o filme tem uma cena em especial que me fez pensar muito: a que coloca a psicanálise no mesmo saco com o militarismo e a religião. Eu que sempre defendi a lógica radical do Fróide comecei a questionar se a psicanálise não é apenas mais uma doutrina que tenta levar a humanidade pra uma determinada direção, sem respeitar o que talvez o ser humano tenha de mais importante: a individualidade. Veja o filme, nem que seja pra curtir as musiquinhas datadas, mas fofinhas, do Cat Stevens.

E ontem, depois de dar uma boa cochilada “assistindo” o cada vez mais chato Lost, fiquei bem acordado pra mais um episódio genial de 24 Horas, com uma revelação final que me deixou cinco minutos de boca aberta e sem reação na frente da TV. Chega, próxima segunda-feira.

Thursday, June 01, 2006

O Código Da Vinci.

Ron Howard é um bom diretor. Depois que ele transformou O Código Da Vinci em algo assistível, eu não tenho mais nenhuma dúvida. São duas horas e meia de cinema muito caprichadinho, que não muda a vida de ninguém, mas também não incomoda. O filme tem boa fotografia e trilha que contribuem para um clima lúgubre adequado, que passa uma idéia de que a História já passou, e somos apenas o resultado dela, pessoas sem importância numa época idem. Paul Bettany e a bicha velha mais legal do mundo, Sir Ian McKellen, também funcionam muito bem. Se O Código Da Vinci, o filme, tem falhas, elas se devem a O Código Da Vinci, o livro, uma história mal arranjada e mal escrita. Se o livro do Dan Brown tivesse gerado uma obra-prima do cinema, estaríamos diante de um milagre. E então finalmente seria revelado o nome do verdadeiro descendente de Jesus Cristo: Ron Howard.